Quem?
· The Verve
Quando?
· 1997
Single?
· Sim
Álbum?
· Urban Hymns
Compositor/a/res?
· Richard Ashcroft; Mick Jagger & Keith Richards
Paradas de Sucesso?
· Bitter Sweet Symphony:
(Reino Unido/Inglaterra - #02); (Estados Unidos - #12); (Holanda - #14); (Austrália - #11); (Áustria - #15); (Bélgica - #18); (Canadá - #05); (Finlândia - #06); (França - #16); (Irlanda - #03); (Itália - #02); (Nova Zelândia - #15); (Noruega - #09); (Suécia - #10); (Suíça - #15).
(Reino Unido/Inglaterra - #02); (Estados Unidos - #12); (Holanda - #14); (Austrália - #11); (Áustria - #15); (Bélgica - #18); (Canadá - #05); (Finlândia - #06); (França - #16); (Irlanda - #03); (Itália - #02); (Nova Zelândia - #15); (Noruega - #09); (Suécia - #10); (Suíça - #15).
· Urban Hymns:
(Reino Unido/Inglaterra - #01); (Estados Unidos - #23); (Austrália - #09); (Canadá - #01); (França - #01); (Holanda - #01); (Nova Zelândia - #01); (Suíça - #01).
Comentário/Crítica
· Épico: não vejo palavra
melhor para definir a canção mais famosa e comercial da banda de britpop The Verve: Bitter
Sweet Symphony. Com este diamante da música britânica, inicio a terceira
indicação deste blog: ao passo que a condução orquestral da canção é leve, a
interpretação e a performance de Richard Ashcroft e da banda como um todo são
marcantes e envolventes, conduzindo o ouvinte ao êxtase do que há de melhor no
encontro entre o poder da música rock com a suavidade dos instrumentos
clássicos de corda, como o violino e o violoncelo.
Justamente por ser tão sincrônica e tão bem conduzida é que esta canção está recheada de más interpretações e de equívocos em relação aos seus significados e à proposta original de Ashcroft: infelizmente, ao invés de transportar a banda para uma posição de excelência na música pop, Bitter Sweet Symphony se provou um problema muito maior do que o esperado; acusado de plágio, o músico teve que ser obrigado judicialmente a dividir a autoria da canção com uma das duplas mais famosas da História da Música: Mick Jagger e Keith Richards, da banda The Rolling Stones.
· A banda norte-americana Limp Bizkit gravou um medley (junção de duas ou mais canções em uma só) da canção Home Sweet Home, da banda Mötley Crüe, com Bitter Sweet Symphony no ano de 2005 como material inédito para compor a coletânea Greatest Hitz. Esta versão, talvez para evitar problemas de direitos autorais, não utiliza a orquestração dos arranjos da versão original e não oferece uma audição muito admirável ao ouvinte: nenhum atrativo, nenhuma inovação.
Justamente por ser tão sincrônica e tão bem conduzida é que esta canção está recheada de más interpretações e de equívocos em relação aos seus significados e à proposta original de Ashcroft: infelizmente, ao invés de transportar a banda para uma posição de excelência na música pop, Bitter Sweet Symphony se provou um problema muito maior do que o esperado; acusado de plágio, o músico teve que ser obrigado judicialmente a dividir a autoria da canção com uma das duplas mais famosas da História da Música: Mick Jagger e Keith Richards, da banda The Rolling Stones.
O que aconteceu,
então? Ashcroft, assim como milhões de britânicos, era um fã daquela banda. E,
no caso dele, o tempo verbal era deve ser bastante ressaltado, já que
ele não deve mais se sentir tão feliz ao ouvir a voz de Jagger ou a guitarra de
Richards. Sua intenção foi fazer um sample (espécie de releitura/paráfrase
musical, como em uma citação num texto acadêmico) dos arranjos da canção The Last Time, de 1965,
produzida por Andrew Loog Oldham (que trabalhou para os Rolling Stones
naquela década). A intenção foi boa; já a recepção nem tanto. E a maior parte
dos lucros obtidos com a cação foi repassada para ambos os integrantes da banda
londrina.
Originalmente, os
componentes do The Verve tentaram negociar com o manager dos Stones em 1997, Allen Klein,
e conseguiram autorização para executar a referida releitura. No entanto, creio
eu, Klein não estava acreditando que o The Verve pudesse alcançar o sucesso
comercial que alcançou; tendo isto acontecido, os Stones (sob a orientação de
seu manager) entraram na
justiça contra Ashcroft com a justificativa de que Bitter Sweet Symphony tinha extrapolado o limite de
referência permitido e definido naquele acordo. Resultado: todos os royalties da melodia (os lucros com o direito autoral)
foram para Jagger e Richards.
O que foi um balde
de água fria para a banda: o maior sucesso da banda não
pôde ser desfrutado por Ashcroft (voz, guitarra rítmica, baixo, teclados e percussão), Nick McCabe (guitarra, piano e teclados),
Simon Jones (baixo e teclados), Peter Salisbury (bateria e percussão) e Simon
Tong (guitarra e teclados), membros do The Verve, por conta da ambição de um
empresário: duvido que Jagger e Richards pensassem/pudessem abrir o processo
judicial sem a intervenção de Klein; duvido também que o dinheiro que eles
arrecadaram viesse a fazer falta em sua vasta fortuna. No entanto, no mercado
fonográfico, cada um que evite este tipo de problema com direitos
autorais, especialmente se a querela envolver nomes como o da banda Rolling
Stones: quem tiver mais poder e maior renome certamente sairá em vantagem, como
foi o caso em Bitter Sweet
Symphony.
Mas a pergunta que
não quer calar: foi um plágio? Na minha opinião não. Diz-se que os arranjos de The Last Time foram copiados, mas é preciso um
ouvido muito atento para que a semelhança seja perceptível, até porque o
compasso e a condução harmônica de ambas não são os mesmos. O que deveria
sugerir uma homenagem foi visto com ganância, imbróglio e
rancor. Ashcroft declarou, após perder a causa, que a canção foi "a
melhor coisa que os Rolling Stones conseguiram compor em 20 anos". Ou
seja, sua ironia é nítida e atesta a decepção para com a atitude dos ídolos
que ele tanto venerou.
Mas e quanto à
canção? Bitter Sweet Symphony é uma peça representativa de como a
vida pode ser, como se diz no título, amarga e doce:
"você é um escravo do dinheiro, então você morre", diz seu segundo
verso. Com uma esperança juvenil nítida, Ashcroft (que ao menos da letra
pode se orgulhar de ter escrito) espera que as pessoas possam mudar as coisas
sem a necessidade de mudar o bom caráter que carregam; mesmo que haja a
possibilidade de elas mudarem de concepção repentinamente, de carregarem
consigo um milhão de possibilidades identitárias, estas não funcionam se as
pessoas não tiverem caráter. "Mesmo que eu seja um milhão de pessoas
diferentes, de um dia para o outro, eu não posso mudar meu caráter, não, não,
não, não, não...". Vigoroso!
Além disso, para a
letra, é necessário que se viva intensamente, pois, mesmo que a vida pareça apenas
"sexo e violência, melodia e silêncio", é preciso 'chegar à estrada
que te leva aos lugares onde todas as coisas se encontram', ou seja, faz-se
urgente alcançar um rumo, um caminho para que as coisas mudem e não sejam
apenas a mesmice que parecem ser. Mudar é preciso; aceitar o outro é
imprescindível; mas só é possível fazer tudo isso se o caráter de humanidade
for mantido, o que faz da vida uma jornada que, assim como uma sinfonia, pode
ser tão amarga quanto doce.
É como está dito em 1001 Discos para Ouvir antes de
Morrer: o álbum Urban
Hymns "abre com o elegíaco 'Bittersweet Symphony', uma música que
leva apenas 40 segundos para garantir ao Verve um lugar na história do rock
inglês. Quando entra a bateria, a atmosfera transcendental se manifesta sob a
forma da letra visionária de Ashcroft". Assim sendo, por esta e outras
canções, o referido álbum "possui um espírito pioneiro que desafiou os
limites daquilo que as bandas inglesas de guitarras podiam conseguir nos anos
90". Não deixe, portanto, de levar em consideração esta canção cada vez
que a as coisas parecerem se repetir em uma rotina idílica, sem muita
movimentação, morosa. Quando isto acontecer, cante bem alto: "eu
deixo a melodia brilhar, deixo-a limpar minha mente, eu me sinto livre
agora"!
Versões Cover?· A banda norte-americana Limp Bizkit gravou um medley (junção de duas ou mais canções em uma só) da canção Home Sweet Home, da banda Mötley Crüe, com Bitter Sweet Symphony no ano de 2005 como material inédito para compor a coletânea Greatest Hitz. Esta versão, talvez para evitar problemas de direitos autorais, não utiliza a orquestração dos arranjos da versão original e não oferece uma audição muito admirável ao ouvinte: nenhum atrativo, nenhuma inovação.
Outros covers:
Cantora: Madonna
(ao vivo)
~
Cantor: Kayne West
(ao vivo)
~
Banda: Oasis
(ao vivo).